O Acidente e a Descoberta (Parte 6)

Sei que muitos de vocês já conhecem a historia do meu acidente e tantas coisas sobre mim. Mas quero agora contar alguns detalhes que faram sentido a tudo o que me aconteceu, e como isso teve o poder de influenciar minha historia ate hoje.

Foi bem no final do mês de outubro, já estava certo que eu iria repetir mais um ano, porem meu pai depois de muito tempo resolveu me dar um presente de fim de ano. Sobre a promessa de não ser reprovado mais uma vez, eu ate que fui bem, nos últimos meses, mas não adiantou, por tantas faltas que eu tinha cometido durante o ano.

Eu gostava muito de brincar na rua com meus colegas, lembro-me de alguns vizinhos que eu julgava especiais, e me lembro de uma garotinha, linda por sinal, que acabara de mudar para nossa rua. Ela era linda, seu olhar era doce e suas bochechas rosadas, certamente havia causado uma serie de brigas entre eu e meus amigos, mas tudo bem. Por varias vezes na esperança de conquista-la, meu primo e eu pegávamos os perfumes de todos em casa, e ainda muito suados passávamos na ideia de chamar a atenção, na recém-chegada na vila.

Passado já alguns dias de árdua tentativa, conseguimos pelo menos alguns momentos juntos, brincando é claro, com o auxilio da minha irmã, que mais tarde se tornou sua grande amiga.

O presente que havia ganhado era uma Bicicleta, a tão sonhada bicicleta. Apesar de parecer algo simples, para mim era muito, pois poucos, na minha idade tinham adquirido uma, logo eu era o primeiro.

A casa de minha avó já estava cheia de pessoas para um almoço de domingo, minha mãe como sempre não estava, o trabalho no hospital era muito intenso.  Minha tia morava prox. de casa, porem não tão perto para ir a pé. Então minha avó precisava de uma travessa para fazer algo e sobrou pra mim. Ela me chamou e pediu que fosse buscar. Não gostei de ideia de parar de brincar, porem a forma mais rápida para isso seria que eu fosse de carro ou de BICICLETA.

Imediatamente adorei a ideia, pois eu teria que voltar rápido pra continuar brincando com a nova vizinha, e também trazer a travessa que minha avó precisava.

Então peguei a bicicleta, disposto a testar o quanto eu conseguiria correr com ela. A bicicleta era muito grande ate pra mim, porem era muito bonita, suas partes de acento e manetes ainda novinhos.

Peguei então a bicicleta e comecei a andar com ela, e depois já estava correndo com ela. Porem para quem não sabe, a região onde morávamos existia  muitas montanhas, logo grandes ladeiras era comum proximo a minha casa.

Eu comecei a correr, tão rápido com ela, e em uma ladeira, grande o bastante para um carro se espatifar se perdesse o freio nela. Eu descia muito rápido e quando tive que fazer a curva para a rua que deveria entrar,  a velocidade era tão grande que eu não podia virar e a roda dianteira bateu na guia da rua e me lançou com tudo contra um muro chapiscado!   A velocidade era tao grande que não somente bati com o rosto, mas raspei o rosto nele, e quando cai no chão em seguida, estava certo de que nada tinha acontecido, porem eu já estava com os dois pés dando entrada para a MORTE.

To Be Continued